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By Ferramentas Blog

novembro 13, 2011

Você já imaginou Belém mais bela que Veneza?

De SouParaense.com (antes de tudo, um agradecimento especial! ^^)
 
 Belém poderia ser uma cidade muito mais bela "que a adriática Veneza tão celebrada". Essa afirmativa foi feita por um engenheiro alemão, capitão Gaspar João Gerardo de Gronsfeld, que veio ao Pará em 1753, como membro integrante de uma plêiade de excelentes técnicos (entre eles, o arquiteto Antônio José Landi), que formavam a equipe da Comissão Demarcadora que iria, afinal, marcar os limites entre colônias portuguesas e espanholas na região hoje chamada de Amazônia, e que naquele tempo era somente o Estado do Grão Pará.
Ora, é sabido que o terreno onde erigiram a cidade de Belém não era dos melhores: rodeada de baixadas, charcos a níveis baixíssimos, naquela época não dava tantos problemas porque a população se concentrava no atual bairro da Cidade Velha e parte do bairro da Campina (que os técnicos da CODEM resolveram denominar de "Comércio"). Mas num caso de expansão da cidade - expansão que fatalmente ocorreria, como ocorreu - em decorrência de uma privilegiada posição geográfica e como futuro entreposto de toda a economia da região, os problemas adviriam.
E o que imaginou Gronsfeld? Aproveitar os caminhos naturais (os incontáveis igarapés, que cortavam toda zona da cidade e áreas de expansão) para o trânsito. Com isso, solucionaria o gravíssimo problema de drenagem e saneamento de todas as baixadas e acabava com os baixios.
Algumas das ousadas idéias do projeto: o igarapé do Piri, que corria pela atual avenida 16 de Novembro e que provocava um baixio em toda a área compreendida, hoje, pela Almirante Tamandaré, Avertano Rocha, Padre Eutíquio e Gama Breu (vinha desde o Arsenal), teria seu canal; principal desembocando em sua foz, hoje doca do Ver-o-Peso. Toda a bacia do Piri seria devidamente preparada para encontrar-se com uma outra bacia, a do Reduto, na confluência da Estrada de Nazaré, onde hoje é o edifício Manoel Pinto da Silva. Assim, todos os igarapés dos bairros atuais da Cidade Velha, Campina e Nazaré estariam interligados, formando autênticas estradas fluviais, com intenso tráfego de canoas.
Como seriam pagos os custos da obra? O próprio alemão deu a fórmula: "a despesa se fizesse pelo público, obrigando os moradores a pagarem um tanto por cada remo das suas canoas, quer do comércio interior, quer dos transportes dos efeitos econômicos, as quais teriam no lagamar estância segura e independente da guarda dos escravos".
O governador da época, Fernando da Costa Athaide Teive, encaminhou-o para a Corte (Lisboa), para superior decisão. Infelizmente, para nós, o veto foi total.
E Belém não ficou mais bela que Veneza. Os problemas das baixadas foram se avolumando com o tempo. Hoje, é o que se vê. Para os igarapés do chamado centro, a solução dada foi o de aterramento, o que provocou esta imensa série de problemas que a cidade enfrenta atualmente. As coisas melhoraram um pouco com os canais da Tamandaré e da Doca de Souza Franco. Mas, nos bairros, somente com o programa de macrodrenagem, é que se tem esperança de uma solução a médio prazo. (Livro História Geral de Belém e do Grão-Pará)

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