English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

novembro 13, 2011

Brasão de Belém nos ônibus.

Em breve vou falar do brasão de Marabá e de Dom Eliseu. Também vou tentar achar outros brasões do Pará.
Talvez os senhores já devem ter reparado nos ônibus o nosso brasão. Só um pequeno detalhe lhes falta: as frases em latim. Por que será que apagaram? Tem um significado tão lindo!
E há alguns meses eu estava intrigada com o significado dessas frases.
Tentei traduzir no Google Tradutor, mas ficou pior do que traduzir japonês! ( T_T )/


Mas, por sorte, me deparei hoje COMO ESSE CARA AÍ com um dos livros mais legais da História do Pará!
De Carlos Rocque: História Geral de Belém e do Grão-Pará:

O Escudo de Belém


O símbolo que representa a cidade de Belém foi elaborado por Bento Maciel Parente, 7º capitão-mor do Pará, com a assistência de Aires de Souza Chicorro, Pedro Teixeira e Francisco Baião de Abreu. Segundo a descrição do Frei Cristovão de Lisboa (Razão das Coisas do Estado do Maranhão), o brasão foi dividido em quatro partes, "tendo no primeiro dois braços apresentando cestas com flores, e com frutas o segundo e por baixo uma faixa com a legenda - Ver Est Aeternum - Tutius Latent - (Segundo Wikipédia: "Eterna Primavera/Escondida é mais segura"), alusivos ao rio Amazonas, onde tudo é verdura e maravilha, ao Tocantins pela sua posição escondida às vistas dos exploradores.


Na parte do pontal inferior vê-se pintado um castelo de prata fazendo crer o fundador, com colar de pérolas, distintivo de nobreza por sobre a porta principal, da qual pendem as quinas portuguesas com cinco castelos de ouro em escudo azul, para dizer que Francisco Caldeira de Castelo Branco provinha de família nobre, e do castelo saindo uma estrada que mostra o caminho que devem seguir todos os sucessores de Caldeira, isto é, o da obediência aos maiores.

No segundo superior há um sol poente em campo de prata, e a combinação dos esmaltes aí não peca pela heráldica, visto com muitas famílias nobres da França, Espanha e Portugal a têm. Este sol poente diz a hora que Francisco Caldeira lançou fundo no local próximo a que escolhera para dar fundamento à sua conquista, e tem por baixo uma faixa com dístico: Rectior cum Retrogradus - para dizer que aguardou a aurora do dia seguinte como foi sempre costume dos conquistadores portugueses para fazer o seu desembarque. Isto é, mais prudente (fazer o desembarque) quando voltado (ao seu caminho ordinário, seguir a tradição).


"A derradeira parte do brasão faz ver um prado, onde pastam uma mula e um boi, que então, espantados, olham para o céu, tendo ao lado os dizeres Nequaquam Mínima Est, significando o nome da cidade da Belém da Judéia, que Francisco Caldeira escolhera para o da capital de sua conquista, e da qual dissera o Profeta que não seria a menor de todas.
A posição em que se acham os animais quer revelar o viço dos campos e a indústria que podem ali tão perfeitamente se combinar, e ainda a surpresa dos selvagens, ao verem desembarcar os europeus tão semelhantes aos seus".

O Escudo de Belém - um dos mais antigos das cidades brasileiras -, data de 1625. Todavia, somente em 1825 foi que Barão de Bagé, Paulo José da Silva Gama - de acordo com Ernesto Cruz (História do Pará, 2º Vol., pág. 576) -, visitando a biblioteca de um colecionador de raridades, em Braga (Portugal), teve em mãos o aludido livro de frei Cristovão de Lisboa, onde havia a descrição do Brasão de Armas.
O Barão de Bagé, presidente da Província do Pará, de Abril de 1827 a Julho de 1830, trouxe os planos de reprodução do escudo. Muito mais tarde, o pintor Maurice Bleise transportou-o para a tela, integrando atualmente, o acervo do Museu de Arte de Belém.
 Vê-se uma certa diferença entre estes desenhos. Acho o que mostra o céu azul nas partes inferiores mais bonito e imponente.


Nos brasões que estão nos ônibus faltam as frases, o campo verdejante e também o colar de pérolas no castelo de prata de Castelo Branco, além do que, os cestos parecem menos fartos


Obs.: Adoraria ter aprendido mais da história do Pará na escola: toda a sua linha cronológica. A gente cresce meio "dââ", sem saber direito de onde veio, p'ra onde vai. Se eu pudesse, tiraria um pouco da história em excesso do mundo, excessos de Brasil e Sudeste (a gente não vive no Sudeste!), do primário ou do colegial, e incluiria, nos conteúdos programáticos obrigatórios, a história do Pará, aulas de Latim e as línguas indígenas do Pará. O problema é que nem aprendemos Português direito... e a desculpa é sempre a mesma: "ah! Mas a escola pública é ruim...". Pode ser, mas Marcos Cesar Pontes, o astronauta, provou que basta o aluno querer aprender: estudou toda a vida em escola pública.
Enfim... eu adoraria.

AMEM E VALORIZEM O QUE É NOSSO.

 O Brasão do Pará

O Brasão ou Escudo de Armas do Estado do Pará foi criado em 9 de novembro de 1903, pela lei estadual de nº 912, que estipulou a criação de um Brasão (ou Escudo) de Armas para o Estado.
Os seus autores são: José Castro Figueiredo (arquiteto) e Henrique Santa Rosa (Historiador e Geógrafo).

Simbolismo


  • O mote: Sub lege progrediamur, latim para "Sob a lei progredimos".
  • A estrela solitária: faz menção ao Pará como unidade da República Federativa do Brasil – à época da proclamação da República, única unidade federativa cuja capital situava-se acima da linha do Equador, fato esse representado na bandeira nacional por Espiga/Spica, figurada acima da linha do azimute.
  • As cores: vermelho faz menção à República e ao sangue derramado dos paraenses nas diversas lutas em defesa pela soberania da pátria.
  • A banda: branco faz menção à linha imaginária do Equador, que corta o estado ao Norte.
  • Os ramos: de cacaueiro e seringueira, fazem menção às principais produções agrícolas à época.
  • A águia: guianense faz menção à altivez, nobreza e realeza do povo do Estado.

Um comentário:

  1. "A estrela solitária: faz menção ao Pará como unidade da República Federativa do Brasil – à época da proclamação da República, única unidade federativa cuja capital situava-se acima da linha do Equador"

    Belém nunca esteve a cima da linha do equador.

    ResponderExcluir