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By Ferramentas Blog

novembro 16, 2011

A Revolta de Jacareacanga, Um Ensaio de Golpe Militar

A insatisfação de ala da Aeronáltica, inconformada com a posse de Juscelino Kubitschek e do vice João Goulart, motivou uma sedição que teve como palco Santarém e Jacareacanga, no Pará, em Fevereiro de 1956, episódio que ficou conhecido como Revolução de Jacareacanga, cujo líder foi o major Haroldo Veloso, posteriormente eleito deputado federal. O contragolpe deflagrado pelo general Teixeira Lott, em Novembro de 1955, garantindo a posse de Juscelino e Jango, fez com que os insatisfeitos da Marinha e da Aeronáutica aguardassem uma nova oportundade para agir.
Viam nos empossados a continuidade da política de Getúlio Vargas. O movimento de Jacareacanga falhou por falta de apoio das Forças Armadas. Ficou isolado e reprimido, repetindo-se três anos depois em Aragarças. Quase com o mesmo protagonista.

Veloso e Lameirão
Em 10 de fevereiro de 1956, o major Veloso e o capitão José Chaves Lameirão deram início para execução do plano. Ingressaram na Base dos Afonsos, no Rio de Janeiro, a fim de se apoderar de um avião AT-11, tipo caça de combate. Dominaram um oficial e arrombaram o depósito e carregaram o avião com armas e munições.

Ignorando a torre de controle, decolaram para a Serra do Cachimbo, no coração da Amazônia. Dali se transferiram para Jacareacanga, onde Veloso instalou seu quartel-general, tratando de armar os índios e seringueiros para o caso de um combate com as forças legais.

À esquerda Maj Av Paulo Victor, à direita Veloso
Aqui vou complementar com o texto de Histórias Sem Fronteiras"Esses militares temiam uma represália do grupo militar vitorioso no 11 de Novembro e, por essa razão, não concordavam com a permanência, no governo JK, do ministro Vasco Alves Seco na pasta da Aeronáutica. Dez dias depois do início da rebelião, os rebeldes já controlavam as localidades de Cachimbo, Belterra, Itaituba e Aragarças, além da cidade de Santarém, contando inclusive com o apoio das populações locais. Haviam recebido também a adesão de mais um oficial da Aeronáutica, o major Paulo Victor da Silva, que fora enviado de Belém para combatê-los.
Apesar de ter sido uma rebelião de pequena monta, o governo encontrou dificuldades para reprimi-la devido à reação de oficiais, sobretudo da Aeronáutica, que se recusavam a participar da repressão aos rebelados. Após 19 dias a rebelião foi afinal controlada pelas tropas legalistas, com a prisão de seu principal líder, o major Haroldo Veloso. Os outros líderes conseguiram escapar e se exilar na Bolívia. Todos os rebelados foram beneficiados pela "anistia ampla e irrestrita", concedida logo depois pelo Congresso, por solicitação do próprio presidente JK."
Catalina voa rasante e efetua disparos
sobre o acantonamento rebelde.
Cap  Av Lameirão, armado, abriga-se
atrás de uma peça de artilharia antiga e
revida o fogo.
No solo o Beechcraft 1523, dos Afonsos,
levado pelos rebelados, com armas e
munições, para Jacareacanga.
O governo tomava providências para sufocar a rebelião. Uma fortaleza voadora B-17 fazia vôos rasantes sobre Santarém na tentativa de localizar os revoltosos. Tropas federais seguiram de navio para Santarém. Em 21 de Abril ocorreu um ligeiro combate no aeroporto da cidade, entre dois catalinas e os revoltosos, que usavam armas leves. Eles ficaram preocupados com a falta de apoio das Forças Armadas e com a suposta aproximação do navio Presidente Vargas, levando mais forças federais.
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Lobo D'Almada

Os revoltos preferiram voltar para Jacareacanga, mas o "Presidente Vargas" só chegou três dias depois. O outro navio era o "Lobo D'Almada", levando apenas passageiros.
Veloso foi preso dias depois e anistiado (desculpado) em seguida, junto com seus companheiros, pelo presidente JK. Ao ser apresentado ao comandante da 1ª Zona Aérea, brigadeiro Antônio Alves Cabral, que se encontrava no campo de operações, este ter-lhe-ia dado uma reprimenda, amargurado com o ato do amigo.

Elias Pinto
O major Veloso, contudo, acabaria morrendo por causa de Santarém, mas em outra circunstância política, ao intervir numa explosão de divergências locais, quando era deputado federal. Na época, era prefeito da cidade Elias Pinto, eleito pelo MDB. A bancada da Arena quis cassar-lhe o mandato, alegando irregularidades administrativas. Veloso era deputado federal pela Arena e passou a apoiar Elias Pinto e foi a Santarém, no auge da crise, para garantir a permanência do prefeito no cargo. Em choque com a Polícia, Veloso foi mortalmente ferido, vindo a morrer dias depois, no Rio de Janeiro.

(Livro História Geral de Belém e do Grão Pará - Carlos Rocque, pág. 174 e fotos de http://dc392.4shared.com/doc/6vGAd-jy/preview.html)
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 E MAIS: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/haroldo_veloso

Haroldo Veloso
"Haroldo Coimbra Veloso nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 4 de julho de 1920, filho de Paulo Veloso e Diva Coimbra Veloso. Sentou praça em abril de 1939, ingressando na Escola Militar do Realengo, no Rio. Fez o curso de engenharia aérea e em abril de 1951 foi promovido a major-aviador.
Após o suicídio de Getúlio Vargas, delineou-se o quadro sucessório com a indicação, pelo Partido Social Democrático (PSD), da candidatura do então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek. Logo em seguida estabeleceu-se a aliança entre o PSD e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sendo João Goulart indicado candidato à vice-presidência. Essa aliança fez recrudescer a oposição da União Democrática Nacional (UDN) e levou alguns chefes militares a se manifestarem contra a candidatura de Goulart, acusado de esquerdista. Ao mesmo tempo, o setor mais radical da UDN pregava um golpe de Estado para impedir as eleições que, todavia, foram realizadas em outubro de 1955, dando a vitória a Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Jango

Em 9 de novembro seguinte, com o afastamento do presidente Café Filho o governo foi assumido por Carlos Luz, que havia sido contrário à candidatura de Juscelino. No dia 11 o general Henrique Teixeira Lott liderou um movimento militar que provocou o impedimento de Carlos Luz – acusado de aderir a uma conspiração em preparo no âmbito do governo para impedir a posse dos eleitos – empossando na chefia da nação o vice-presidente do Senado, Nereu Ramos. Ficou assim garantida a posse de Juscelino e Goulart, que ocorreu em 31 de janeiro de 1956, apesar dos protestos da UDN e do descontentamento de alguns segmentos das forças armadas. 
Lott
JK
Haroldo Veloso representava um setor da Aeronáutica descontente com o regime desde a primeira derrota do brigadeiro Eduardo Gomes em 1945, e sensível às pregações udenistas. Assim, em 1956 liderou a Revolta de Jacareacanga, lugarejo situado no município de Itaituba (PA), próximo à fronteira com o Amazonas e a 300km de Manaus. O levante, de oposição à corrente militar que patrocinou o Movimento do 11 de Novembro de 1955, visava destituir o presidente e o vice-presidente recém-empossados.

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Devido à sua participação neste movimento, Veloso foi preso e conduzido a Santarém, onde ficou detido a bordo do navio Getúlio Vargas. Levado para Belém, respondeu a inquérito policial-militar enquanto permanecia preso no Parque da Aeronáutica. No dia seguinte à sua prisão, 1º de março de 1956, Juscelino Kubitschek enviou ao Congresso o anteprojeto de lei que concedia anistia geral a todos os que tivessem conspirado contra o governo desde 10 de novembro de 1955.
No final do governo Kubitschek, já articulada a sucessão presidencial,
J. Quadros
Brizola
Jânio Quadros apresentava-se como o único candidato capaz de derrotar a coligação entre o PSD e o PTB, que se achava no poder. Apesar de apartidário, Jânio Quadros contava com o apoio da UDN e dos setores militares descontentes com o rumo político assumido pelo governo Kubitschek, inclusive o setor da Aeronáutica que participara da Revolta de Jacareacanga.
Em 25 de novembro de 1959, a renúncia de Jânio como candidato às eleições presidenciais de 1960 e a suspeita de uma conspiração de esquerda que seria liderada por Leonel Brizola geraram outra crise militar — a Revolta de Aragarças. Haroldo Veloso participou também desse movimento liderado por João Paulo Burnier.
Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que destituiu o presidente João Goulart, Veloso requereu sua entrada para a reserva remunerada como brigadeiro. Com a edição do Ato Institucional nº 2 em 1965 e a posterior instauração do bipartidarismo, Veloso filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), de orientação governista. No pleito de novembro de 1966, elegeu-se deputado federal pelo Pará na legenda da Arena. Ocupou uma cadeira na Câmara em fevereiro de 1967.
Ao longo de seu mandato, denunciou a existência de aeroportos clandestinos na Amazônia, que serviam a empresas estrangeiras. Foi casado com Maria de Lurdes Leal Veloso. Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1969."

Santarém
Jacareacanga







De: http://www.google.com.br/search?q=%C3%ADndios+de+Jacareacanga&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a

 Jacareacanga
Pará - PA
Histórico
De acordo com a bibliografia, o nome Jacareacanga foi dado índios que habitavam a região, ao observarem do alto de uma elevação próxima a antiga vila, que a mesma possuía uma forma que lembrava um jacaré, tendo em seu dorso uma saliência semelhante a uma “canga”.
A sua história se confunde com a da cidade de Itaituba e da conquista do rio Tapajós, apresentando destaque especial a partir da década de 50 (Cinqüenta) quando o então Presidente da República, Getúlio Vargas, estabeleceu uma estratégia de ocupação da região, chamada de “marcha para o oeste”, que visava acima de tudo, consolidar a soberania nacional.
No fim da década de 50 (Cinqüenta) um fato marcou profundamente a região, foi o início da garimpagem de ouro, provocando um forte movimento migratório, gerando uma ocupação desordenada e o estabelecimento de uma dependência econômica, vigente até os dias atuais.
A emancipação política do município de Jacareacanga, até parte do município de Itaituba, foi o resultado da mobilização dos moradores, iniciada no final da década de 80 (oitenta) quando foi criada a Comissão Pró-Emancipação Política do Distrito Municipal de Jacareacanga, cuja presidência coube ao Sr. Sebastião Lopes Pimenta. O pedido de emancipação foi ecaminhado à Assembléia Legislativa do Estado do Pará, pelo então Deputado Estadual Vilson João Shuber, que fez acompanhar da representação, a ata de criação da Comissão já citada além de um abaixoassinado com 150 (Cento e Cinqüenta) assinantes.

-Gentílico: jacareacanguenses
-Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Jacareacanga. Pela lei estadual nº 2460, de 29-12-1961, subordinado ao município de Itaituba.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito figura no município de Itaituba.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.
Elevado à categoria de município com a denominação de Jacareacanga, pela lei estadual nº
5691, de 13-12-1991, desmembrado de Itaituba. Sede no antigo distrito de Jacareacanga.
Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1993. Em divisão territorial datada de 1-VII-1995, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1991.
Pela lei nº , é criado o distrito de Porto Rico anexado ao município de Jacareacanga.
Em divisão territorial datada de 2001, o município constituído de 2 distritos: Jacareacanga e
Porto Rico. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

=GOSTARIA DE TER ESTUDADO SOBRE ISTO NA ESCOLA=
Perdi o fôlego quando encontrei todas estas fotos da Revolta!
Também gostaria de entender mais sobre o que acontece em Jacareacanga  hoje. A gente tem que pesquisar bastante...

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