Saiu no Datafolha (Intituto de Pesquisas) os resultados da pesquisa dos eleitores paraenses entre os a favor (Sim) e contra (Não) à divisão do Pará:
Datafolha: NÃO - 62%; SIM - 31%
Opinião Pública - 13/11/2011
Plebiscito do Pará
MAIORIA É CONTRA DIVISÃO DO PARÁ PARA CRIAÇÃO DE CARAJÁS E TAPAJÓS
Para 44%, políticos paraenses seriam os mais beneficiados por divisão
A divisão do Estado do Pará em três novas unidades federativas é rejeitada pela população do Estado, mas encontra respaldo entre os eleitores que estão nas áreas onde seriam criados os novos Estados de Carajás e Tapajós, aponta pesquisa do Instituto Datafolha realizada entre os dias 7 e 10 de novembro, com 880 eleitores paraenses. A principal resistência à criação dos novos Estados vêm da área onde ficaria o novo Pará, reduzido em seu território, mas ainda com a maioria dos eleitores paraenses, aponta o estudo, realizado antes do início da campanha sobre o plebiscito nos meios eletrônicos de comunicação, em 11 de novembro. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
A maioria (58%) dos eleitores paraenses é contra o desmembramento do Pará para a criação do Estado de Carajás, enquanto 33% dizem ser favoráveis à divisão. Entre os eleitores com ensino fundamental, é maior o apoio ao Estado de Carajás (40% são a favor de sua criação, e 49%, contra). Entre aqueles com ensino médio, porém, o índice dos contrários vai a 69%, e o de favoráveis, a 25%. Entre os eleitores que vivem na área do que seria o Estado de Carajás, 84% dizem apoiar sua criação. No grupo de eleitores que vivem na área do que seria o Tapajós, 55% são a favor da criação de Carajás, e 16% não souberam responder. Na fatia dos eleitores que viveriam no novo Estado do Pará, porém, 80% são contrários à criação do Estado de Carajás, e apenas 12%, favoráveis. Foi perguntado aos eleitores que pretendem votar pela criação de Carajás qual número pretendem digitar na urna eletrônica. Uma fatia de 73% dos favoráveis ao novo Estado não soube responder, e 23% responderam corretamente. Entre os que pretendem votar não, 79% não sabem qual número deverão digitar na urna.
O índice dos eleitores que votariam favoravelmente à divisão do Pará para a criação do Estado do Tapajós é idêntico ao dos que têm a mesma opinião sobre Carajás: 33% são a favor do surgimento de Tapajós, e 58%, contra. O índice dos que não souberam responder foi de 10%. Também há diferença entre aqueles que estudaram até o ensino fundamental (49% são contrários, 37%, favoráveis, e 14% não souberam responder) e entre os eleitores com nível médio de ensino (66% contra a criação do Estado de Tapajós, 27%, contra, e 7%, não souberam responder). Entre os eleitores que viveriam na área de Tapajós, 77% apoiam a divisão para a criação do Estado. Na fatia de eleitores que viveriam no Estado de Carajás, caso fosse criado, 64% também são favoráveis à criação de Tapajós, e 13% não souberam responder. Na área do que seria o novo Pará, porém, 77% são contrários a Tapajós, e 11% não souberam responder. O número a ser digitado na urna eletrônica é desconhecido por 79% dos que pretendem votar sim pelo Estado de Tapajós. Outros 17% citaram o número da urna corretamente. Para os que votam não, o desconhecimento do número a ser digitado é de 81%.
O plebiscito que irá consultar, no dia 11 de dezembro de 2011, a população do Pará sobre a divisão do atual território do Estado em três novas unidades federativas é amplamente conhecida pelos eleitores. Nove entre cada dez (92%) paraenses com título de eleitor dizem ter conhecimento sobre o assunto, sendo que metade (49%) diz estar mais ou menos informada sobre o plebiscito. Outros 19% dizem estar bem informados, e 24%, mal informados. O índice dos que com certeza irão votar no plebiscito é de 91%, e outros 8% talvez irão votar.
62% DIZEM QUE POPULAÇÃO SERÁ A MAIS PREJUDICADA COM DIVISÃO
O Datafolha também perguntou aos paraenses sobre qual setor da sociedade seria mais beneficiado e qual seria o mais prejudicado caso o Pará fosse divido nos três novos Estados. Para 44%, os mais beneficiados serão os políticos paraenses. Essa percepção aumenta de acordo com a escolaridade dos eleitores: entre aqueles com ensino fundamental, 39% citam os políticos como os mais beneficiados; entre os que têm ensino médio, o índice vai a 47%, e entre aqueles com curso superior, a 54%. Nas regiões onde estariam os Estados de Tapajós e Carajás, é maior a fatia dos que consideram que a população será a mais beneficiada (41% e 40%, respectivamente) e menor a fatia dos que dizem que os políticos serão os mais beneficiados (31% e 30%, respectivamente). Na área onde estaria o novo Pará a tendência é contrária: 51% dizem que os políticos serão os mais beneficiados, ante 7% que avaliam que a população será o setor mais beneficiados.
A população do atual Pará, de forma geral, é citada por 19% como a mais beneficiada pelo desmembramento, em patamar igual dos que dizem que os empresários serão os mais beneficiados (17%). Os proprietários de terra são citados por 9% como os mais beneficiados. Dizem que todos os setores da sociedade serão beneficiados 2% dos eleitores, enquanto 1% diz nenhum será beneficiado e 9% não souberam responder. Para aqueles que estão onde estaria os novos Estados de Carajás e Tapajós, as opiniões se dividem quanto ao setor mais prejudicado: em Carajás, 24% dizem que é a população a mais prejudicada, 22%, os proprietários de terra, 15%, os políticos, e 9%, os empresários. Na região onde estaria Tapajós, 32% % dizem que a população será o setor mais prejudicado, 25%, os proprietários de terra, 18%, os políticos paraenses, e 5%, os empresários do Pará. A percepção é diferente entre aqueles que estão onde ficaria o novo Pará: neste grupo, 80% acreditam que a população será a mais prejudicada.
Para 62% dos eleitores paraenses, a população será a mais prejudicada com a divisão do Estado. A seguir, como os mais prejudicados, vem os proprietários de terra (11%), os políticos do Pará (8%), os empresários (4%), nenhum desses setores (4%) e todos eles (1%). Uma fatia de 10% não soube responder. Entre os eleitores com ensino fundamental, 54% acreditam que a população do Pará será a mais prejudicada com a divisão, índice que vai a 70% entre os eleitores com nível médio de ensino.
Para 27% dos que apoiam a criação de Carajás, a população será a mais prejudicada pela divisão do Estado. Entre os contrários a Carajás, porém, 82% acreditam que a população paraense será a mais prejudicada. No caso de Tapajós, os índices são similares: entre os que apoiam o novo Estado, 28% dizem que a população será a mais prejudicada; no grupo que é contra Tapajós, 82% dizem a população será o setor da sociedade mais prejudicado.
GOVERNO DILMA É APROVADO POR 47% DOS PARAENSES
A gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) é avaliado como ótimo ou bom por 47% dos eleitores paraenses. Outros 42% dizem que seu governo é regular, E 9% o consideram ruim ou péssimo. No grupo de eleitores com ensino fundamental, a aprovação de Dilma é maior do que entre aqueles com nível médio de ensino (51% a 44%). Entre os que apoiam a criação de Carajás, o índice dos que consideram a administração da petista ótima ou boa é maior (53%) do que entre os contrários a este novo Estado (44%). A nota atribuída pelos paraenses ao governo da presidente é 7,1.
SIMÃO JATENE É APROVADO POR 35% DOS PARAENSES
O governador Simão Jatene (PSDB) tem sua gestão avaliada como ótima ou boa por 35% dos eleitores paraenses, patamar similar ao dos que tem avaliação regular (39%). A fatia dos que consideram o governo do tucano ruim ou péssimo é de 20%, e outros 5% não souberam responder à questão. Entre os eleitores com nível superior de ensino, 48% avaliam o governo de Jatene como regular. No grupo de eleitores favoráveis ao desmembramento do Pará e a criação do Estado de Carajás, o índice de ruim ou péssimo da gestão do tucano chega a 28%. Entre aqueles favoráveis à divisão e à criação de Tapajós, 30% consideram a administração de Jatene ruim ou péssima. Os eleitores paraenses que tem no PMDB seu partido preferido avaliam a gestão de Jatene com índices de ótimo ou bom acima da média: 45%, similar ao dos simpatizantes do PSDB (46%) e acima dos que preferem o PT (31%). A nota média atribuída ao governo do tucano pelos eleitores é 4.
ESGOTO E SAÚDE SÃO SERVIÇOS COM PIOR AVALIAÇÃO NO PARÁ
Sete em cada dez eleitores do Pará (71%) dizem que a canalização de esgoto no Estado é ruim ou péssima. É um índice similar ao dos que consideram a saúde e os hospitais ruins ou péssimos (67%). Também são avaliados como ruins ou péssimos por mais da metade dos eleitores paraenses o saneamento básico (61%) e a segurança (57%) no Estado. A criação e manutenção de rodovias, hidrovias e ferrovias são tidas como ruins ou péssimas por 46%. Moradia e habitação e luz, rede elétrica e energia são os serviços com os índices mais altos de avaliações ótimas ou boas (31% e 29%, respectivamente). A educação é avaliada como ruim ou péssima por 42% dos eleitores como ruim ou péssima. Para este serviço, o índice chega a 50% entre aqueles que estão onde se pretender criar o novo Estado do Pará. Na área em que estaria o Estado de Carajás, porém, apenas 23% avaliam a educação como ruim ou péssima, e na área onde estaria Tapajós, esse índice é de 33%. Há também o cenário inverso: quando o assunto é canalização de esgoto, 66% dos que estão onde seria o novo Pará avaliam o serviço como ruim ou péssimo. Entre aqueles que vivem onde seria Carajás, o índice vai a 79%, e na área onde seria Tapajós, a 77%.
Para cada um destes temas, o Datafolha perguntou se os eleitores avaliam que eles melhorariam, piorariam ou ficariam como estão, caso o Pará fosse desmembrado em três novos Estados. De forma geral, mais eleitores dizem que irão melhorar. Para 49%, por exemplo, a criação e manutenção de rodovias, ferrovias e hidrovias irão melhorar. Para 47%, a educação irá melhorar, e para 45%, a saúde irá melhorar. Nas áreas onde estariam os Estados de Carajás e Tapajós, o índice dos que dizem que estes serviços serão melhorados caso ocorra a divisão do Estado é mais alto: 89% dos que estão onde seria Carajás, por exemplo, acreditam que a criação e manutenção de rodovias, ferrovias e hidrovias irão melhorar, índice similar ao dos que acreditam que a educação irá melhorar (86%) e que a segurança irá melhorar (83%). Na área onde estaria Tapajós, 79% dizem que a criação e manutenção de rodovias, ferrovias e hidrovias irá melhorar caso o Pará seja dividido, mesmo índice dos que dizem que segurança irá melhorar. Para 77% dos eleitores desta área, a habitação irá melhorar, assim como a rede de energia elétrica. Esse otimismo contrasta com o verificado entre os eleitores que estão onde seria o novo Estado do Pará. Nesta região, os eleitores tendem a acreditar que os serviços ficarão como estão. Casos, por exemplo, da habitação (48% acreditam que ficará como está), saneamento básico (46% dizem que ficará como está) e rede de energia elétrica (46% dizem que ficará como está).
De forma geral, 36% dizem que a vida no que é hoje o Estado do Pará vai melhorar caso ele seja dividido. Fatia similar (35%) diz que a vida vai piorar, e 24% dizem que ficará como está. Entre os eleitores que estudaram até o ensino fundamental, 41% dizem que a vida irá melhorar, ante 29% que têm opinião igual entre aqueles com nível médio de ensino. Na região onde ficaria o novo Estado de Carajás, 78% dizem que a vida de todos vai melhorar com o desmembramento do Pará. Na área onde ficaria Tapajós, 67% dizem que a vida irá melhorar. No local onde ficaria o novo Estado do Pará, porém, apenas 15% dizem que a vida irá melhorar caso o Estado seja dividido, enquanto 49% dizem que irá piorar, e 31%, que ficará como está.
Também foi perguntado aos eleitores sobre as perspectivas de vida em cada uma dos novos Estados, caso sejam criados. Para 60%, a vida em Carajás irá melhorar caso o Estado seja criado. Na região de Carajás, 84% têm a mesma opinião. Na área onde ficaria o novo Pará, metade (51%) diz que a vida em Carajás irá melhorar caso o Estado seja criado. Na área onde ficaria Tapajós, 66% dizem acreditar que a vida em Carajás irá melhorar.
No caso de Tapajós, 56% dizem que a vida iria melhorar para os habitantes do Estado, caso fosse criado. Para os eleitores da própria região de Tapajós, esse índice é de 73%. Entre os eleitores de Carajás, fica em 59%. Para os que estão na área onde ficaria o novo Pará, 51% acreditam que vida em Tapajós irá melhorar caso o Estado seja criado.
As opiniões se dividem quando os eleitores são questionados se a vida no novo Pará iria melhorar caso o Estado fosse criado.
Para 33%, a vida no novo Estado iria melhorar, enquanto 31% dizem que iria piorar, e outros 31%, que ficaria como está. Entre os que estão na área onde seria o Estado de Carajás, 60% dizem acreditar que a vida no novo Pará iria melhorar. Para os que estão na região de Tapajós, 71% têm a mesma opinião. Entre aqueles que estão na área onde ficaria o novo Pará, apenas 16% dizem que a vida iria melhorar, enquanto 43% dizem que iria piorar, e 37%, que ficaria como está.
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